As relações entre investidores e empreendedores nunca saem do nosso radar. Nem poderia ser diferente, acesso a capital costuma ser um dos principais objetivos tanto de quem está começando, como de quem já se estabeleceu e quer crescer. Por isso, é natural que levantar investimentos cause tanta ansiedade, dores e dúvidas. Isso acontece por vários motivos.
Em primeiro lugar, nem sempre é fácil identificar se sua empresa está pronta para receber aportes. Em segundo, existem inúmeros tipos de investimentos e saber qual deles é o mais adequado é um verdadeiro desafio. Em terceiro, quer coisa mais complexa do que mensurar o valor que você deve pedir? E, em quarto, porque a construção de uma relação de longo prazo com investidores é repleta dos mais diversos desafios.
A lista é mesmo longa, mas não estamos aqui para desmotivar ninguém. Pelo contrário. A ideia é compartilhar dicas e depoimentos de quem já passou por isso para te ajudar a ir em busca do seu sonho grande.
Se você já consolidou uma operação, mas ainda tem dúvidas a respeito de buscar ou não investimentos, não deixe de ouvir o que o empreendedor Ricardo Moraes tem a dizer. Um dos responsáveis pela Memed, plataforma para médicos que facilita a consulta a medicamentos e prescrições, Moraes dá dicas preciosas, no vídeo abaixo, sobre o momento certo de acessar o capital. Confira:
Como como pode ver, ele próprio não tinha sequer noção da necessidade ou não de capital. Nesse caso, pôde contar com uma aceleradora, a 21212, para entender exatamente a situação em que a startup se encontrava em termos de investimento. Mas você não precisa disso para entender se deve ou não ir atrás de investidores. Como afirma Moraes, conhecer o tamanho do mercado em que se atua, ter noção do potencial de crescimento desse mercado, saber qual fatia vai se abocanhar; tudo isso é indispensável para que se identifique o momento certo de buscar dinheiro.
Este é um imbróglio que costuma dar dor de cabeça não só a empreendedores, como a investidores. Porque é muito comum a seguinte situação: se uma rodada de investimento tem limite de R$ 1 milhão, os participantes solicitam R$ 1 milhão, mas não saber justificar como usarão o aporte. Resultado: acabam saindo sem nada.
Neste vídeo, Daniel Ibri, da Acelera Partners, dá dicas preciosas para você evitar a situação acima. “É muito importante pedir o dinheiro de que você precisa”, afirma o especialista. Pedir menos é um risco altíssimo, porque o capital vai acabar antes do prazo necessário. E o processo para se levantar investimento é muito demorado.
Já pedir dinheiro a mais implica altas chances de não se conseguir. Porque o investidor fatalmente constatará que a startup está aquém da quantia solicitada. “Vai descartar o empreendedor sem nem conversar com ele”.
Ibri complementa, então, que é indispensável saber exatamente quanto pedir. Ou seja, o valor necessário para se realizar uma ação, um movimento específico, sempre de acordo com uma estratégia estabelecida. É preciso deixar claro, para o investidor, onde você vai investir o dinheiro dele – e, principalmente, o resultado disso. E, last, but not least, arremata: “Sempre investimento para crescer, nunca para pagar custos. Tem que se programar com antecedência”.
Neste artigo, Humberto Matsuda, sócio da Performa Investimentos, também dá dicas imperdíveis sobre valores de investimentos.
Se você já tem um produto ou serviço bem acabado, já identificou as oportunidades de crescimento e não faz ideia de como levantar o investimento, também deve ouvir o que Ricardo Moraes tem a dizer.
Neste vídeo, ele conta sobre a própria experiência na Memed. Ressaltando o papel fundamental das aceleradoras, relata: “a gente aprendeu lá (na 21212) o que era levantar capital, o que era um relacionamento com venture capital, o que eram relações com investidores”.
Neste momento (assim como em vários outros), o papel dos mentores também pode ser crucial. Andar na companhia de empreendedores experientes, que podem apontar o caminho das pedras, faz a diferença também na hora de ir em busca de investimentos. Este artigo aborda o tema com mais profundidade.
Mas, seja por meio de aceleradoras, seja por meio de mentorias, Ricardo Moraes não tem dúvidas:
“O fundamental é o comprometimento com o negócio. Você querer fazer aquele negócio acima de todas as outras coisas é o que vai levar o investidor a olhar no seu olho e dizer: esse cara vai fazer mesmo”.
O espaço aqui é curto, infelizmente não dá para abordar todas as dores e dúvidas relativas à busca por investimentos. Mas outros vídeos também podem te ajudar: este, sobre como construir relações de longo prazo; este, sobre comunicação com investidores;e este, sobre como você pode se qualificar para receber investimentos.
Boa sorte!